Eu sempre começo um post com a frase "faz tempo que não escrevo" e é sempre verdade...

Sabe o que aconteceu (desta vez - com descupulpas verdadeiras)

eu esqueci a senha deste blog. Acredita? Logo eu que só que só tenho duas senhas para tudo. Vai entender...

Tenho tantas coisas pra escrever, o show do B52 foi ótimo. Vi de pertinho Kate Pierson, musa de minhas homenages manuais na década de 90 , e me decepcionei um pouco. Um pouco velha, gordinha, com marcas de espinhas no rosto. Em nada lembrando aquela pequena de vestido rosa cantando Candy, Candy, candy I cant let you go... Mas ver Kate dançando com seu jeito louquinha já valeu a pena. Cindy Wilson, gorda até não poder mais, saltitava e chutava o ar com cara de moleca contrariando todas as leis da física e do tempo. Ela demonstrou ser a mais emocionada no palco.

Antes teve também o show do Radiohead, com Kraftwerk e Los Hermanos. Confesso que fui pelos Los Hermanos (alguma duvida). Show deles foi do cacete, mas muito curto. Vários colegas da faculdade foram, mas não encontrei nenhum deles.

Conversa ao telefone com minha irmã, sobre o show:

Irmã: encontrou alguém conhecido?
Eu: o Ashton Kutcher (juro!!!, grifo do autor)
Irmã: não, to falando de conhecidos....
Eu: Eu não conheço ninguém mais conhecido que o Ashton Kutcher.

O que mais escrever? To devendo a lista dos esquecidos pelo Oscar, lá em março. Juro que posto.

Ah, sobre os colegas de faculdade. Faz uns dois meses (olha que coisa antiga pra se escrever em um blog) teve churras do povo da Meto. Muito bom rever aqueles que talvez nunca mais veremos. Pessoas que mesmo sem contanto, ainda são iguais os tempos de aula, embora fisicamente todos tenham mudado um pouco. Deu saudade dos tempos de faculdade, e sextas-feiras sem compromisso no bar. Fui outro dia na Metodista, vazia como todos os corredores da tarde. Deu uma saudade, lembrei de um velho comercial que nunca esqueci, ouvia as vozes do povo no primeiro semestre, naquela ansia alegre de fazer amizades o mais rápido possível. Uma nostalgia complementada com um cartaz que cruzei no corredor, de uma peça chamada "E Assim se Passaram Cinco anos". Cinco anos atrás. Me arrependo de ser uma pessoa tão complicada, e não ter feito muitos amigos. Aliás, não sou uma pessoa com muitos amigos, nem que mantém muitas amizades. O Churras foi legal, bricar de adolescente cercado de amigos, mesmo que por um dia no ano.

Que mais?

Vamos lá. Peguei um serviço de gente grande (não fiquei rico nem nada, antes que pensem isto). Um trampo dos infernos, suave de ser feito, com clientes enrolados pra cacete. Um colega ajudou com parte do serviço. Não o via fazia um tempo, boa pessoa, divertido até, embora não tenhamos muito em comum. Fui embora após o serviço feito, me senti constrangido de não ser uma pessoa com de quem as pessoas não sintam falta, de não ter laços de amizade. Me despedi com alguma frase superficial, que a memória não ajuda a recordar. Não falei nada do tipo "a gente se vê; vamos marcar alguma coisa ou eu te ligo pra combinar algo". Não o fiz porque não o farei, não tenho paciência para o social, nem pra mentir para as pessoas mesmo que educadamente. Nunca fui assim, e fiquei ainda mais mal educado com a televisão.


Ando terrivelmente sem paciência. As coisas em casa andam de mal a pior. Para não dizer horrivel. Sinto até um misto de medo ao morar aqui, medo de consequências entre o ódio mutuo e indisfarçavel (é assim que se escreve?) entre duas pessoas. Querendo, alias, precisando sair de casa urgentemente. Alugar um apartamento e me ver livre de transtornos que não teriam nem por que existir. Querendo saber o por quê de tudo isto? Não sou uma pessoa ruim, e nunca fiz nada para merecer algo deste porte.

Mas morar sozinho me dá um medo. Medo da falta dos pequenos prazeres burgueses sim, mas não só disso. Medo de ficar sozinho, de não ter ninguém com quem conversar, de passar as festas sozinhos e não ter ninguém para dividir momentos. Medo do futuro incerto, de um desemprego e não ter por onde recorer... Medo de morrer como o Willian Holden, que caiu e bateu a cabeça e sangrou por três dias até morrer, sem ninguém para ouvir ou sentir sua falta. Não sou uma pessoa de quem as pessoas sintam falta. Tá, ok, que paragrafo horrível, mas juro que já pensei sobre isto.

Pessoas tem me cobrado atenção, não sou a melhor pessoa para dar no momento. Não quero importunar ninguém com meus lamentos (pode parecer estranho dizer isto e escrever para todos terem acesso no mundo, é verdade, mas escrevo para desabafo pessoal, para não explodir). Mas também não tenho muita paciência para ouvir lamentos alheios. Egoísta? Totalmente egoísta.
Mas é verdade.

Sei lá, estou chato.

Pra terminar mais feliz, comprei uma foto linda das quintuplas Dionne, por uma baba (essa expressão é para coisas baratas ou caras? Por que paguei baratíssimo). Não é pornografia antes que pensem. São gêmeas (quintuplas) canadenses, nascidas na década de 30, confiscadas pelo governo canadense como patrimônio do país. Elas foram uma verdadeira febre nos Estados Unidos durante os anos da recessão. Tiveram uma curiosa história, horrivel de se viver se analisarmos, mas são personagens que me interessam muito.

Texto enorme de gente que não escreve a muito tempo e não muitas pessoas com quem conversar.

Bzoz