HIPÓCRITA

Eu sempre soube o que queria fazer da vida, sempre soube o curso universitário que garantiria a minha realização pessoal. Assim como sempre critiquei àqueles que ficavam em dúvida quanto a escolha da sua carreira. Não concebo a idéia de você ter dúvida sobre o que você gosta...

Desta mesma forma, sempre fui contra a troca constante de curso. Afirmava (e ainda afirmo) que quem muda de um curso para outro nem deveria fazer faculdade, e só deveria entrar numa universidade quando tivesse certeza.

Sempre disse que quem larga universidade pública deveria devolver o dinheiro do curso que onerou ao governo, afinal tirou a vaga de quem realmente queria estar lá.

Digo que Rádio e TV não é curso, é moda. Quem quer trabalhar com rádio que faça jornalismo, e quem quer trabalhar com TV que vire ator. E por favor, esqueçam a MTV!

E ainda, existem três cursos que sempre critiquei muito: administração, secretariado e relações públicas. O primeiro é curso de quem não sabe o que quer da vida, o segundo é falta total de ambição (tirar diploma de secretária?) e relações públicas pra mim é um curso sem identidade, faz um pouco de tudo, mas não é nada na verdade.

Bom, apesar de convicto dos meus ideais, nunca os cumpri. Pulei de uma faculdade para outra, cursei secretariado e cheguei a ir para a segunda fase de relações públicas na FUVEST. Larguei a FATEC e atualmente curso RTV. Só não fiz administração porque assim ninguém agüenta...

Façam o que digo...

Fui fazer Rádio e TV pelo fato de desistir do sonho utópico de entrar na USP. Aprendi a me conformar com o curso, que não é tão voltado para o cinema, mas posso fingir que sim. Também tenho alguns colegas que partilham da mesma frustração. Não quero operar uma mesa de som, trabalhar em rádio ou apresentar um programa de TV. Corro por fora, aproveitando do curso para transforma-lo no meu sonho original. Não quero ser um faz tudo, cuja função ninguém sabe definir. Não pretendo preencher fichas de hotel dizendo que sou radialista.

A controvérsia do Diego continua.

Não é novidade pra ninguém das antigas, a minha antipatia natural, a encarnação do garoto enxaqueca, anti-social assumido. Não é novidade a minha intolerância para pessoas burras; o egoísmo em relação as minhas coisas ou mesmo o fato de odiar que alguém que não seja muiiiiiito íntimo toque em mim. Pois bem, nos capítulos anteriores tenho considerado pessoas que conheço a dois meses como amigos e acho as mentes mais retardadas que o dinheiro pode fazer agradáveis... Mas o que dá medo de saber é que emprestei um filme meu e até abracei um destes novos amigos esta semana. E não me senti incomodado como normalmente (normal?) ficaria...

Realmente, as pessoas mudam. Até eu, credo!