ME LAVRA A ALMA, ME LEVA EMBORA

Após um mês de espera e de convidar todo mundo pra ir assistir (e levar patada por causa disto), finalmente rolou o show dos Los Hermanos no SESC Interlagos.

A primeira parte do show foi muito chata, já que eles dividiram o palco com os Acústicos e Valvulados. Expoentes bem ruins do rock bobo feito no RS. O vocalista é muito pedante, além de ser uma mistura de Rafael “Dolly Guaraná Dolly” Vanucci com um cover gordo e decadente – estilo Elvis Las Vegas – do Billy Idol (ou seria do Supla?). Tocaram cerca de meia hora, tempo suficiente para mais umas 10 músicas dos LH. Detesto estas bandas gaúchas metidas a engraçadinhas, com carinhas forçando um sotaque porto-alegrense que pretende ser malandro, mas que soa mais como fazer força para cagar.

Confesso que já curti muito a enjoada Até a Hora de Parar, lá pelo ano 2000. Explico: eu recém havia mudado para São Paulo, e estava curtindo aquela fase/fossa nostálgica de tudo que é da minha terra. Sabe aquele banzo que faz com que você sinta falta de tudo que é local, mesmo aquilo que você odeia? Tipo brasileiro que vai morar em Londres e chora quando ouve um cd do Wando que alguém desenterrou nas garimpagens mais esdrúxulas. Voltando a AV, eu realmente ouvi muito essa música quando comprei a TRIP por causa do cd Sul Music (repleto de bandas duvidosas do RS). Hoje só não me arrependo de ter gasto R$ 6,90 nesta revista por causa das fotos da Cameron Diaz...

Voltando ao show... Havia combinado com várias pessoas além das habituais. Acabei não encontrando ninguém, tlvz por meu celular ficar sem serviço dentro do bolso. Mas, como sempre, encontrei algumas pessoas por acaso, como a Valéria, do serviço (xiiii!!!). E depois encontrei Jesus – NA CASA DO SENHOR NÃO EXISTE SATANÁS, XÔ SATANÁS! XÔ SATANÁS! (sorry, mas não resisti a piada infame). Jesus é o apelido de um colega meu de faculdade, que também estava lá. Porém não vi o Wagner, PC, Jamila, Alê...

Finalmente os LH entram no palco, cantando – se não me engano – tá bom. Que morfina que nada, pra eu não sentir a dor no quadril, Los Hermanos na veia. Até esqueci que tava sequelado, e por vezes – egoísta – até esqueci que estava acompanhado (aliás, não sei como as pessoas me aguentam. Caralho! Como eu dou trabalho!). Eu resisti, mas por algumas vezes também fechei os olhos e cantei com a mão no peito como descrito num e-mail que eu e algumas outras pessoas recebemos.

Antes do show, o Camelo prometeu cantar musicas dos 3 cds, não o fez. Cantou Ventura quase inteiro, com exceção de do sétimo andar; o velho e o moço; o pouco que sobrou e do lado de dentro. É difícil dizer quais são minhas músicas favoritas deste cd, mas gostaria de ter ouvido estas musica, porém não gostaria de não ter ouvido as selecionadas para o show (ah, se não fossem aqueles idiotas do Acústico e ...). Do Bloco do Eu Sózinho (meu álbum favorito) apenas Todo Carnaval Tem Seu Fim, Retrato Pra Iaiá, Deixa Estar e a excelente e triste A Flor (brilhante exemplo de musicas diálogos que só LH sabem fazer). Por um momento achei que era a introdução de Sentimental, frustração ... ...em partes, porque era de onde vem a calma. Frustração mesmo foi não ouvir nada do primeiro cd (tinha uma galera esperando pela criticada, mas bonitinha Ana Julia). Nos cover’s os caras foram modestos, apenas brincando com Mania de Você, da Rita Lee.

Conclusão, além de um sorriso rasgado no rosto e vermelhão do sol de 32º, fiquei sem voz por cantar o show inteiro, e a manhã seguinte (mo caso, hj, agora) tá equivalendo a uma ressaca. Só que substituindo o enjoou por dor no corpo (meu braço tá isuportávelmente dolorido) e a bebida por esforço físico. Mas não me arrependo nem um pouco.

Só pra fechar, nada a ver com o assunto. A Sã tá indo embora pra Londres hj (pra chorar ouvindo Wando, rsrs). Eu poderia estar indo também. Enfim...

PLAYLIST DO SHOW (fora de ordem, né. Não força!)

samba a dois;
o vencedor;
tá bom;
último romance;
a outra;
cara estranho;
além do que se vê;
conversa de botas batidas (essa música não tem cara de Chico Buarque antigo?);
deixa o verão;
um par;
de onde vem a calma;
Todo Carnaval Tem Seu Fim;
A Flor;
Retrato Pra Iaiá;
Deixa Estar;
Mania de Você (trechinho acanhado da música da Rita Lee).

Ouvindo: Duh!