A VEDETE DO BRASIL

Dizem por aí que uma imagem vale mais do que mil palavras, essa foto ai de cima fala muito.

Mas como sou um tagarela de primeira, vou falar, e falar muito para servir de legenda para tal foto.

Bom, para quem não reconhece, esta daí é simplesmente Virginia Lane, a Vedete do Brasil. Nada melhor que numa semana pré carnaval, um post que fale sobre Virginia, um dos últimos ícones vivos dos grandes carnavais do passado, aquele dos bailes no Copa, das fantasias glamurosas e das marchinhas contagiantes.

Na sexta, fui com meu amigo Billy, dos tempos do Oca, na vernissage da exposição Vedetes em Revista, sobre, obviamente as vedetes do teatro de revista. A cocóta da foto ai de cima era a grande homenageada da noite (nada mais justo, afinal ela é mesmo a maior vedete do país). Pra ter uma pequena noção, o título “A Vedete do Brasil” foi dado por ninguém menos que Getúlio Vargas. De Gegê, Virginia era a amante favorita, por 15 anos, até o dia em que suicidaram o cara.

Pois bem, eu sempre admirei Virginia, desde muito antes de iniciar minha paixão e pesquisa abnegada pela música brasileira antiga, pelo cinema musical (se bem que acho que sempre gostei de musicais) e todo o resto das minhas paixões estranhas. Meu primeiro contanto com Virginia foi talvez na época da novela Sassaricando, o maior sucesso musical de La Lane.

Tudo bem, a música da abertura nem era cantada por Virginia, e Rita Lee cometeu o pecado de mudar a letra, mas já era uma amostra daquela que realmente sassaricou muito na vida. E ainda mantém o rebolado.

A foto aí de cima é para mim, a foto em que Virginia Lane aparece mais linda, esplendorosa eu diria. Um tempo em que uma mulher bonita era bonita sem photoshop. Imprimi essa foto em papel fotográfico, para pegar o autografo de tamanha diva. Ela se emocionou ao ver a foto, e a que o Billy portava, dela abraçada com sua amiguíssima Carmen Miranda. Até parou um pouco, com o olho brilhando com uma lágrima de canto, e comentou: “Nunca pensei que veria uma foto da minha melhor amiga no dia de hoje. Carmen foi a minha grande amiga da vida”.

Bah, preciso dizer mais? Pra deixar a noite ainda mais mágica, era aniversário de Virginia, que comemorava pela décima vez a idade de 87 anos. Entrou no saguão, cantando Sassaricando com a banda, pode?

Bom, vamos resumir, senão vou ficar rasgando seda por muitas e muitas páginas. Virginia é maravilhosa, super gentil, super atenciosa, super engraçada. Tratou a mim e ao Billy muito bem, aliás tratou nos excepcionalmente bem. Sorriu, conversou, quis saber o que fazíamos, nos beijou, posou pra fotos, levantou a saia... disse que para nós, até tirava a roupa. Divina! Ri muito, em um lugar que muitos achariam um saco.

O povo lá tava mais interessado em boca livre, e nós, bobos, babávamos pela Virginia, e não iríamos embora sem uma foto com ela mostrando seus famosos pernões.

Bom, ela atenciosa, como foi à noite inteira, mesmo cansada, não se recusou a tal foto, e saímos maravilhados.

Tanto, que pensando agora, vejo que esquecemos de ver metade da exposição...