Se eu achasse algo que me distraísse na TV, não estaria escrevendo este post. Mas nada me interessa. Penso em descobrir um livro novo perdido na estante, mas não dá vontade. Se ler meus velhos livros, eu acho que me mato, ou ao menos ficarei muito puto comigo.

Não descubro nada novo. Não ouço nada novo, era tão mais fácil em 97, quando eu conhecia todas as coisas novas que ninguém tinha ouvido, mas lá se vai bons 10 anos inúteis.

Nunca me senti tão sozinho, claro que já me senti assim, mas este sentimento é sempre doloroso, e parece ser o maior que você já viveu.

Sinto como se o tempo tivesse passado, e meus amigos foram com eles. Não sobrou ninguém. Sempre nas minhas folgas eu não tenho absolutamente nada para fazer. E cada vez menos tenho ao menos alguém para conversar. Fico ansioso esperando aquela janelinha subir no canto direito do pc, para mendigar atenção das poucas pessoas que sobraram. Preciso fazer amigos novos? É possível, mas como? Li outro dia uma frase que gostei, “amigo a gente não faz, reconhece”. Pois bem, concordo, mas acho que sou de uma raça em extinção.

Não quero ir dormir, é deprimente demais. Também to tentando não me empanturrar de comida, estou gordo demais. Feio, pobre, pouco interessante e ainda gordo, é pedir para viver solitário o resto da vida.

Não sei bem o que escrevo, só sei que esta vida está um tédio demais. Deveria estar agradecendo, consegui emprego e tal, mas sou mesmo ingrato. E meu adiantamento já foi quase todo, só posso voltar a disfarçar esta depressão depois do dia cinco, daí me divirto comprando coisas que ninguém mais compraria. Até lá, me entupo com os doces que encontrar pela casa.

Meus amigos, os poucos que fiz na vida, estão ocupados demais com as vidas deles. Virei segundo plano, terceiro em muitos casos. E as vezes, plano algum. É a vida, pessoas vêm e vão. Precisava que alguns novos viessem...

Sei lá porque escrevo isso, to cansado demais desse tédio. Não vou fazer nada, eu nunca faço nada! Sábado a noite é realmente muito triste, nem um bom programa de TV passa. Me sinto cada vez mais descartável, a peça que veio trocada no quebra cabeça, que não sei encaixa em lugar nenhum, nem mesmo naquele cantinho inútil que não faz diferença no desenho.

Bom chega de reclamar, vou deitar na cama e derrete um pouco com esse calor. E comer alguma coisa para aumentar minha pança! Afinal, não vejo ninguém mesmo.

Até o Bob Esponja passando na TV é um episódio depressivo no dia de hoje.