Nem tão legal, nem tão mané.

Ah é.

Tem mais personagens deixando a serie para se dedicar a sua carreira solo. Talvez seja adeus para sempre, ou não. Prefiro ainda não pensar, nem divagar.

Acabeçanãoaguentatudojuntoummontãonofimdoano

Vou parar de gostar das pessoas!!!
Vou parar de gostar das pessoas???
Vou parar, gostar das pessoas.....

, esse blog anda em desuso, fadado ao cômodo fracasso de quem não quer fazer esforço de pensar. Post de resistência que ficará solitário (talvez) durante algum tempo.

Uma vida solitária pode render bons livros, desde que se sente para escrever aquilo que se sente. Trocadilho infame e sem graça, metido a pretensioso.

Sorriso triste no canto da boca, olhos mais fundos. Falta de sono mesmo.

Eu não sei como escrever aqui. Eu não sei responder uma velha pergunta, pouco freqüente atualmente. Não sei porque gosto de São Paulo, gosto e pronto. Não me façam pensar, pois não saberei responder. Pensar no porque gosto me faz gostar um pouco menos.

Há muitos anos atrás, no tempo do charleston e da recessão da crise de 1929 eu vivia feliz saindo do meu casulo de menino solitário de prédio. Talvez nessa época eu fosse melhor escritor, se me dedicasse um pouco.

Fiz amigos, aprendi a vida, ou o que acreditava ser a vida. Eu gostava, mas queria mais. Um escravo quando liberto não sabe bem até onde vai o limite dessa nova liberdade (Cala boca Besta! Ai Nonô...) . Mudei.

Mudei.

Era uma vez um menino que pegou a mala e partiu. O menino cresceu. Viveu, pensou, criou. Acomodou e engordou. Mas ficou um pouco mais bonitinho.

Amigos, família, passado, juventude. Ficou para trás. Alguns enterrados. Outros, eterna cicatriz que não cura, mas não dói. Apenas ficou feia.

Uma vez vi Noah Wyle anunciando que deixaria o seriado Plantão Médico (na época eu não tinha TV a cabo e não chamava a série de ER... errrrrrrrrrrrr). O apresentador apertou sua mão e disse, "foi um prazer, nunca mais vou vê-lo". Noah saiu para se dedicar a carreira, e nunca mais o vi (e estou com preguiça para saber o que ele fez nesse período). Outro dia li que Noah vai voltar para a temporada final de ER (agora eu já tenho TV a cabo faz anos - é errado, mas me dá uma vontade de escrever "fazem"). Não deve mais ser aquele residente boboca com cara de menino do tempo que eu via essa serie por falta de outra na TV aberta. Talvez até o Clooney, bem mais sucedido, apareça no ultimo ano dessa serie. Talvez...

Ashton Kutcher e Toper Grace voltaram para o episódio final de That’ 70 Show. E Foi bem sem graça. É assim que me sinto no momento, como um ator de seriado reencontrando o Noah Wyle (ou seria o Clooney) por um episódio. Voltei a ser o menino, o mais novo, aquele meio bobo e ingênuo dos tempos do Charleston. E não o cara mais velho que me tornei na cidade de concreto e distâncias.

Tirando os momentos de constrangedor silêncio, inevitável pela falta de intimidade, foi um bom final de temporada. Não sei porque a gente gosta de pessoas, afinidades, interesses, medo de encarar uma existência medíocre. Mas tem pessoas que você gosta sem saber dizer por que, que nem São Paulo. Gosto apesar da ausência, simplesmente gosto. Não sei se sinto falta. Mas agora percebo que sinto. Como uma velha história que você esqueceu na sua vida, mas já te fez sorrir ou chorar em algum momento, quando ela era muito importante.

Resumindo: Um velho amigo do tempo que eu era novo passou en passant por aqui. Pra renovar meus sotaques e meus sonhos distantes. Não o via por muito mais tempo do que o conheci. Não sei da parte dele, mas já o considerei um dos mais importantes e únicos amigos. Sinto falta de conviver com pessoas que me conhecem desde o tempo que nem eu mesmo me conhecia. De ter historias do passado distante para contar. Daquele tempo que íamos de bonde e pagávamos o sorvete com tostões. Foi um tempo curto para uma distância longa. Sinto falta... Cutuquei a cicatriz feia que não doía. Chorei a mesma lágrima curta que conheci em um ônibus interestadual certa vez, mas desta vez eu tinha certeza de onde estavam os meus CDs (por que naquela época era comum se comprar isso, uma coisa meio em desuso como este blog por esses dias).

Repetindo a mim mesmo por aqui, plagiando o plagio: E éramos todos jovens.

Como diz um amigo da nova geração, “quem disse que aos 30 anos tu precisas ser bem sucedido e ter a mulher da tua via ao teu lado?” Bom, todo mundo. O sotaque é por minha conta, renovado temporariamente, mais ou menos, que durará pelas próximas horas.

Sem revisão, nem releitura. Nem sacadas geniais. Sem criar muito, mas vendo muita televisão.