NOTURNO

Assim batizei meu curta (filmado na quinta-feira), meu primeiro filho parido no ramo cinematográfico. Eu tava enrolando pra não filmar, porque dava uma vergonhazinha de me expor daquele jeito. Mas chegou a hora e tive de fazer... Foi muito legal. O Pablo (meu colega-ator argentino conferiu um ar nonsense a obra).

O nome surgiu assim, de última. Pela necessidade de apresentar o filme. Referências: noites insones, o quadro Nighthawks do Edward Hooper (adoro sua fusão de pop art e solidão) e meu personagem favorito no X-Men. Trabalhar como diretor/ator/produtor nos filmes dos outros também foi super divertido (e vale por uma academia).

De última hora resolvi usar as pernas do Rodrigo (outro colega) para preencher o vazio entre a janela e o vão da escada. Nada muito programado, só queria fazer algo meio Gêninho da She-Ra (“Vocês me viram no episódio de hoje?”), um vulto perdido ao estilo Três Solteirões e Um Bebê. Mas como o povo viaja, logo surgiram novas interpretações: Ficou tipo uma consciência; um anjo observador; o cara é um suicida e a alma tá vendo o próprio corpo... A genialidade surge na cabeça de quem vê!

A faculdade tá muito legal. Super puxada. Tenho ido dormir muito tarde para terminar os inúmeros fichamentos e textos que tenho que entregar. Chego da Oswald morrendo de cansado, daí que vou ler os textos e resumi-los. Dá um sono, e uma vontade de deixar para lá, mas sou bolsista e não desisto nunca!

Nos post’s anteriores fui injusto com meus colegas. Talvez minha variação de humor habitual tenha influenciado minha opinião (talvez?). Teve um anônimo que comentou algo que me fez pensar (sempre gosto dos comentários anônimos que me criticam, mas gostaria de vê-los assinado, não me importaria). Que meus colegas são novinhos, sim é verdade, mas são legais. Eu é que não dou muitas chances para eles também. Mas fazer o que? Sou anti-social, mal humorado e crítico demais. Mas tem gente que gosto pra caramba, pessoas que já considero como amigos de verdade. Alguns, num grau tão grande de intimidade que já contei minhas loucuras e estranhamentos mais bizarros. Quero ficar mais amigo de todos, e aderir ao espírito de turma que eles têm. E embora eu não tenha me esforçado em nada para isto, sinto que algumas pessoas realmente se importam comigo... Sexta-feira assistimos ao ótimo Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos, documentário do Marcelo Masagão. Eu recomendo!

Mudando de assunto, ontem fui assistir a mostra internacional de curtas. Alguns bons, outros muito ruins. Dormi num curta Português sobre a Guerra, e quase chorei em outro. Sempre me emociono com o tema clichê ditadura em países sul americanos. No caso, a Argentina. Hoje nem poderia fazer nada, to lotado de trabalhos para a semana, mas ainda é cedo e não posso dizer exatamente o que vai rolar. Retirei três filmes na locadora da faculdade, mas nem sei se conseguirei ver...

NOTA EDITADA (R.I.P.): O cinema latino-americano perdeu um de seus maiores icones. Esta semana morreu a rumbeira Maria Antonieta Pons. Cubana, Antonieta Pons era um dos grande nomes da ilha anteriores a Revolução. Apareceu em inúmeros filmes (veículos para sua divulgação), incluindo a chanchada brasileira Carnaval da Atlântida (1952). Estrela máxima dos musicas kitsch latinos, Antonienta recusou-se a filmar em Hollywood ou na Europa. A mussa de Truffaut (escreveu vários artigos sobre ela, mas nunca conseguiu filmá-la) e rival de Ninón Sevilla morreu no México, aos 82 anos de idade. E, devido a injustiça do mundo, completamente esquecída, Cruel Destino (para citar um de seus maiores sucessos no cinema).

Trilha sonora do FDS:
* Linger - Cranberries (porque eu adoro estar apaixonado);
* Você Pode Ir na Janela - GRAM (porque adorei descobrir esta banda);
* Baby Did a Bad Bad Thing - Chris Isaak (porque sim, adoro essa música).

NÃO CONSEGUIREI DORMIR ESTA NOITE

Não fazem nem cinco minutos e eu brigava com o sono para conseguir terminar meu trabalho de antropologia. Mas daí o telefone tocou, com cara de má notícia. A voz da minha irmã veio confirmar meu medo. Ela está bem doente e já pensei em algo relacionado a ela, ou ao meu cunhado que deveria voltar de viagem hoje. Quando ela não quis me dizer o que era, e pediu pela minha mãe, eu gelei um pouco.

A notícia: meu tio José (irmão mais novo de minha mãe) acabará de falecer. Teve um infarto aos 47 anos. Fazia anos que eu não o via, e pra falar a verdade, eu não gostava dele. Não sei se isso é uma opnião preconceituosa de criança (que precisava ser revista), e nem quero entrar nestes méritos agora. Só sei que fiquei bastante triste, porque, embora não nos dassemos bem, ele sempre discutiu comigo de igual. Nunca me considerou uma criança ao defender seu ponto de vista, e eu vejo isto como uma forma de respeito. Sócrates já dizia: eu posso não concordar com nada do que você diga, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo.

Bom, to divagando muito, mas é que a cabeça voa para tentar encarar o invetável. Pensei que minha mãe ficaria arrasada. Em menos de um ano perdeu sua mãe, seu esposo e agora seu irmão caçula. Não ficou (mas sei que ela ira chorar quando eu apagar a luz do meu quarto, daqui a pouco). Acho que o termo certo para seu comportamento foi resignação. Um conformismo que incomoada, mas que domina. Denunciando que a revolta de nada serve, a não ser machucar ainda mais. Não culpo minha mãe de estar cada vez mais decidida a voltar para o sul.

Chega uma hora em que você tem que parar de lutar. Que a única coisa que você deseja é poder viver sua vida, e poder compartilha-la com quem se ama. Chega uma hora que a realização pessoal é poder dizer adeus a quem se quer bem.

Eu já devia ter aprendido a lidar com isso, mas ainda me assusto... Desculpem a confusão do post inesperado, mas to escrevendo o que vêm a cabeça. Se existise alguma forma de expressar o que sinto, ela também seria bem confusa. Como estas linhas que estou escrevendo.

Fico pensando no meu primo Cléber. Não o vejo desde que tinha 12 anos, mas fico pensando em como ele vai lidar com a falta do pai. Não me dou bem com o meu, mas nessas horas dá um medo de perde-lo. Ouvir minha mãe rezando completa a sensção de vazio dentro de mim...

Queria saber o que dizer para confortá-la, queria ter dinheiro para poder mandá-la ao funeral, queria ter alguém pra deitar no colo como uma criança assustada. Mas acho que eu que terei que oferecer meu colo na noite de hoje...

Não é bem vontade de acabar com tudo, mas sumir para sempre seria muito bom. Não quero ver ninguém...

MIL E UMA (nem tanto)

Não to conseguindo conciliar a correria da minha vida com a preguiça do meu corpo. E embora eu não tenha feito nada, tenho muita coisa pra por em dia por aqui.

Já tá fazendo um semana que minha irmã foi embora e ainda nem comentei nada. Bom, foi super rápido, nem deu pra matar a saudade. Quase não a vi, já que nunca conseguia parar em casa. Nem fizemos nada de especial, a não ser ficar em casa conversando (e as vezes, discutindo). Viciei meu cunhado em Duran Duran, influência que sofri do Lucio.

No sexta passada fomos na Funhouse. O lugar é muito legal, o ruim são os freqüentadores. A casa é lotada pelos metidos a moderninhos do mundo indie. Um verdadeiro batalhão poser, de pessoas iguais que querem seguir a nova moda “rebelde” do momento. Não curti muito (a noite não foi das melhores), e nem deu pra reparar direito no som. O segundo andar tem uma Jukebox onde quem escolhe a musica é o público, por isso falta uma hegemonia. Mas tocou coisas boas como Blondie ou Jesus And Mary Chain. Depois assistimos a um show de uma banda inglesa (Transcargo), amigos da banda da minha irmã.

Na faculdade a coisa começa a tomar cara de verdade. Após o deslumbramento inicial, to começando a me encher muito dos meus colegas. Eu realmente tenho grande simpatia por Patys, mas para sair para balada ou ir ao Shopping, adoro-as como amigas (na verdade é mais uma atração sexual), mas não dá pra assistir uma aula de filosofia com elas. Alias, não dá pra assistir uma aula de filosofia com quase ninguém naquele universo dentro de uma casca de ovo. Deve ser frustrante professores daquele nível encontrarem uma turma como a minha. O mais deprimente não é nem quando eles assumem sua ignorância, mas quando tentam provar sua inteligência. Outro dia uma aluna metida a cabeçona perguntou se o professor disponibilizaria a BIOGRAFIA (sic) do curso no portal do aluno!!!!! Acho que muita gente desistirá até o fim do semestre. Assim espero... Eu gosto da infra da facul, dos professores, das parcerias. Pena que os alunos não correspondam. O pessoal da Atlética (não temos CA) é visto como heróis entre o pessoal do curso, mas não vejo nada de especial num cara que esta no mesmo curso a 12 anos, cujo auge da vida é ter ido em todos os JUCAS, desde que surgiram. As vezes me sinto no meio daqueles filmes americanos do estilo Os Nerds Saem de Férias, mas especificamente numa fraternidade, daquelas compostas por um bando de retardados bem nascidos usando togas romanas e amassando latas de cerveja na testa, ao melhor estilo PI Delta Gama. Nunca vi pessoas tão interessadas em matar aula para ir encher a cara, não me conformo em ver eles pagando quase R$ 800,00 (do bolso do pai) para desperdiçar no bar em frente. Não curto este tipo de pessoa, que se deslumbra diante do social da faculdade. Na verdade, acho isso um escapismo triste, uma busca por uma personalidade popular inexistente. Se isto fosse algo natural em suas vidas, provavelmente não precisariam buscar parceiros para tal empreitada. E se não era natural, pra que fingir que sim? Um dos poucos cara de quem eu realmente gostava já largou o curso, porque acabou passando também na FAAP e resolveu ir para lá, fiquei sentido quando o Vitor foi na Metodista apenas para se despedir...

Na Oswald as coisas vão indo bem. A turma não é como a da primeira oficina que fiz, mas tem gente muito legal. Quinta feira filmarei um vídeo (daquele roteiro que tive de fazer em 10 minutos).

Para ela (que não lerá): Meus olhares foram percebidos? Nossos pés um sobre o outro, enquanto vemos um filme, como no conto que você não leu, significarão algo? Ou será que sou apenas seu “amiguinho”, como você me chamou em algum momento. Acho que além do olhar, deve ter dado pra perceber meu momento de ciúme. Você se calou quando percebeu, ou foi apenas impressão minha? Algo que queria ter visto...

Último assunto do post (eu acho): Preciso urgentemente sair do meu emprego. Eu não agüento mais aquele lugar insuportável. Acho que minha dor no ombro é mais uma manifestação pisicosomática a qual inflijo ao meu corpo, somada com a já fora de moda dor de cabeça eterna. Eles pensam que são donos dos funcionários, querem os em tempo integral, mas se recusam a pagar por isso. Seus cultos racistas que sempre violaram tudo que acredito por religião são sempre uma agressão para que tem um pouco de discernimento, mas hoje se superou. Um pastor daqueles que se auto nomeiam bispo foi “orar” para a gente. Levou junto com sua Bíblia seus santinhos de candidato a vereador pelo absurdo PSL – Partido Social Liberal (como pode ser social e liberal ao mesmo tempo? A demagogia já vem no nome...) do famoso Celso Pitta. Na cara dura oferecia corrupção como pagamento pelos votos, com frases do tipo: “para a empresa é muito bom ter um amigo na prefeitura”. Oferecendo seu jeitinho para resolver assuntos particulares, quando na verdade pleiteia um cargo para defender os interesses comuns da cidade. O pior é ouvir seu chefe dizendo que você tem que votar nele, como se fossemos um curral de um velho coronel. Se antes já me sentia violado religiosamente, agora também sou invadido politicamente. E cada vez mais como uma prostituta, tenho que confrontar todos os meus valores que ainda restaram em troca de míseros dinheiros.

Não obstante, o serviço é intragável. Ainda no dia de hoje, meu chefe idiota liga no meu ramal, gritando para mim as coisas que tenho que fazer no dia. Reforça que não posso esquecer, como se algum dia eu tivesse esquecido deste serviço tão rotineiro. Não quero receber elogios, não faço questão nem do muito obrigado, mas também não suporto mais ouvir críticas de alguém que primeiro te acusa de ter errado, pra depois ver o que você realmente fez. Pedir que dissesse desculpa pela sua injustiça seria esperar que o mundo fosse cor-de-rosa demais. Não é à toa que, pelos mesmos motivos, um dos funcionários pediu demissão hoje, do nada. Ou melhor, após a última gota transbordar. Mas não posso sair de lá sem antes conseguir algo que substitua. Tenho uma faculdade pra pagar e um horário muito ingrato pra arrumar outro emprego. Então tenho que engolir e ir me matando um pouquinho todos os dias.

Ah sim, na quinta, ao chegar na faculdade, fui convidado pra fazer um teste para figuração em um filme, do Renato Aragão (huahuahuahauhauhauah). A principio recusei, mas depois da produtora falar que o cachê varia de R$ 50,00 a R$ 80,00 por dia, acabei me vendendo. Tirei fotos e preenchi uma ficha, vamos ver no que dá...

Não consigo para de ouvir Someday We’ll Know, dos New Radicals.
Did the captain of the titanic cry?

EU PASSANDO O DIA A TE ESPERAR...

Você sem me notar?

Guardei um lugar para você, mas você não apareceu. Cada vez que a porta se abria eu me abria em sorrisos pensando que era você. Não era, nunca. Aos poucos o lugar que sobrou (estrategicamente) foi ocupado, mas meu sorriso ainda era otimista. Enfim, você não apareceu, e eu tive de me contentar em ter você num sonho, o qual não consigo lembrar. Eu não te vi ontem, será que te verei amanhã?

O melhor da noite: encontrar o Adonay por acaso, de volta a terras brazucas.

Ouvindo: New Radicals – Someday We’ll Know

OI, TUDO BEM?

Primeira semana oficial de aula. To adorando até as pessoas que me irritam. A Meto é uma creche total, mas é muito melhor que os adultos bitolados da FATEC. E ao contrário desta última, já sou amigo de todos da minha sala.

Cada dia eu descubro um mais louco que eu, que mora ainda mais longe. A pergunta é inevitável: “Qual o teu percentual de bolsa?”

Pensei que agora nunca mais teria que estudar nada de que não gostasse e finalmente decidido não prestar Fuvest no ano (eu nem sei mais o que é isso, já virou tradição ao estilo ir no Ibirapuera no carnaval). Primeiro dia de aula, e adivinha qual é a primeira aula? FÍSICA!!!!

Tá certo que o professor é legal (tem uns cacoetes estranhos). Mas já me convenci, afinal se quero trabalhar na área tenho que entender o funcionamento do equipamento, saber suas freqüências e entender de ótica. Finalmente entendi porque carregar a bateria do meu celular antes dela descarregar. Daqui a pouco já posso ser roadie.

Meus professores são ótimos (eu é que sou medíocre). Tenho que ler tanta coisa, como sou ignorante diante de tantas coisas. To amando a aula de filosofia (gerei uma puta treta entre fãs de Los Hermanos X Charlie Brown Jr, e o professor descaradamente ficou do lado dos LH). Mas tenho que correr atrás do tempo pra não parecer tão burro.

Resumindo meu deslumbre, tenho um professor gago e a professora de estética audiovisual é amiga do Supla! Isso sem contar nos Mac tela plana, transparentes, do laboratório de informática. Ok, eu sou boy sim, nasci pra estudar em faculdade particular (o professor de Antropologia falou super bem da Unisinos, e eu nem conduzi nada). Não nasci pra estudar num lugar como a Fatec, lá não é só aluno que jubila após alguns anos de curso, tem algumas merdas no banheiro que já devem estar precisando prestar vestibular novamente, porque já devem ter jubilado a muito tempo.

“Eu estou aqui pra aprender e me aperfeiçoar, e não pra fazer amigos. Se isto acontecer, melhor. Mas não é minha idéia original”. Se apresentou o garoto enxaqueca no intervalo. E para minha surpresa, as pessoas me indagaram com frases do tipo: “mas vc me considera seu amigo, né?” Nossa, ninguém nunca se importou com isto antes, não tão rápido. Até alguns veteranos vem falar comigo. Na quarta, vi o Lucas Silva e Silva e ainda nem vi a Alê.

Porém, meu tempo tá super corrido. Trabalho de manhã, “almoço” em 10 minutos e saio correndo pra São Bernardo. De segunda vou pra Fatec, de terça e quinta tenho curso na Oswald (sim eu passei), de quarta e sexta eu morro um pouquinho jogado no sofá. Não tenho mais falado com ninguém, não sobra tempo pra postar, pra falar no icq, pra olhar Buffy (acredita que eu perdi o último episódio de Angel?).

Ah sim, o curso da Oswald é sobre video. O professor deve ter minha idade, mas tem a melhor dinâmica. Ontem me obrigou a escrever um roteiro, e sabendo da preguiça que domina a humanidade, me fez fazer isto em 10 minutos. Gostei desta pressão, e acho que fiz um roteiro super minha cara. No curso tem algumas pessoas bem legais (alguns vizinhos) e outras insuportáveis. Porém o perfil é muito mais fãs de cinema do que na faculdade.

Conversando com uma caroneira de terças e quinta, pude pela primeira vez encher a boca e dizer que curso rádio e TV. Aspirante ao mesmo curso, se demonstrou super empolgada, me perguntando as mesmas coisas que ainda quero descobrir. Digo mais, estudante do Universitário, fã do Veronese, volta a pé pra casa, primeiro curso da Oswald, praticamente eu há alguns anos atrás. A frase ridícula: “Eu fiz dois anos de cursinho pra acabar na Metodista”. Nem eu agüentei...

Pior que essa, deixa pra lá...

A minha irmã está em sampa, mas maus estamos nos vendo. Quarta ainda tive de ir a Fatec cumprir obrigações de cavalheiro. Não tenho visto mais ninguém, e nem deu tempo de agitar balada na Funhouse. Ainda estou em débito com algumas pessoas, e me sentindo péssimo devido a minha incrível capacidade de fazer merda.

Tenho outra coisa pra contar, mas não falarei aqui. Até porque preciso avaliar esta situação melhor, mas que quiser saber pode perguntar pessoalmente (Cibele, em sua simplicidade brejeira já resumiu tudo em uma palavra, enquanto eu fico meditando sobre o assunto).
Mas não escreverei pq não quero ser mal interpretado novamente, e nem ficar misturando temas de post. Isto já está gerando muita confusão.

arrumar meu quarto é mais do que um festival de papel indo para o lixo, é uma garimpagem de momentos recentes que a memória não ajuda a reter. Poesias perdidas, post nunca publicados, frases desconexas de ódio ou simplesmente sem tema e muitos desenhos desformes e ainda nomes de músicas que estou com vontade de ouvir mas não estou a fim de procurar.

Meu computador tá sem memória (tenho menos de um giga) e isso me faz ver que preciso organiza-lo, limpa-lo. Reflexo da minha vida e sentimentos. Muitos destes papéis que serão levados amanhã pelos lixeiros continham coisas que o covarde aqui nunca vai dizer pessoalmente, que vão ficar acumulando até a mente travar como a memória do meu computador. O post de hoje seria mesmo em tom de desabafo, mas eu estava sem conexão e não o coloquei. Depois fiquei feliz por não o ter feito, poderia repecurtir mal como já aconteceu antes. Então, outra coisa que me magoou ficará guardada ocupando espaço da minha memória Ram de algo que não posso formatar.

O resultado eu já conheço, além de um mau humor disfarçado, a minha cabeça explode, meu nariz sangra e acabo no banheiro vomitando de nervoso. Mais um domingo normal na vida de um fracassado. “não é nada não mãe, só acho que fiquei gripado” é mais fácil justificar assim de portas fechadas. Ainda mais que se pode completar com algum tom repreensivo confortante para que está de fora (ou seja, todos). É melhor tomar bronca do que me explicar.

Pode parecer que sou chorão demais (e é verdade), mas to cansado de ser sempre o compreensivo. De me expor e ninguém me ver. De ver que as pessoas, apesar de tudo, ainda não confiam em mim. Eu não sou só o cara alegre e meio perverso. Meu sorriso tá cada vez mais pesado e eu insisto em carrega-lo.

É sempre assim, algo me incomoda e vai incomodar sempre. As poucas vezes que tomo iniciativa sou visto como o vilão da história. Eu nunca tenho direito a ficar zangado, porque não sei defender essa minha posição. To sempre agindo como um ursinho carinhoso dopado de Prozac, mas qualquer hora isso me causará uma sobredose.

O pior é não as palavras claramente ditas, mas alguns olhares que se entregam. Instintos provam que apesar das boas intenções, ainda existem restrições quanto a minha pessoa. E sinceramente eu nunca dei motivos para isto. Então eu simplesmente os evito, para não descobrir algo que não quero.

Ontem assisti Efeito Borboleta. Eu nem vou com a cara do Ashton Kuchter (nem sei como escreve e fiquei com preguiça de checar). Mas ele até que me surpreendeu como ator dramático. Não vou descrever o filme, quem quiser saber do que se trata vá ler uma crítica de alguém que valha a pena. Só comento que ele descobre uma propriedade no seu cérebro (ou sei lá aonde) que lhe permite voltar no tempo e interferir no seu destino e de seus amigos. Isso permite-lhe consertar algumas coisas, mas acaba estragando outras. Eu queria poder ter este talento, de poder ouvir no telefone que fulano acabou de se matar, e depois, poder voltar no tempo e reverter tal situação. De mudar a vida daquele seu amigo que enlouqueceu e fazer dele um boyzinho feliz e alienado de sua antiga infância desgraçada. E quem sabe de você mesmo.

Mas isto não existe, e eu nunca consegui mudar o destino de ninguém para algo que fosse ao menos um pouquinho melhor, então provavelmente não o conseguiria mesmo. O jeito é viver na saudade de quando as coisas ainda eram boas e nossos pesadelos de criança ainda eram com demônios que sumiam quando acendíamos a luz.

Se eu não posso mudar o passado, quem sabe um dia eu não seja um escritor tão medíocre e consiga fazer um roteiro onde uma geração de garotos perdidos possa ter uma segunda chance. Quem sabe um dia eu tenha talento suficiente (HAHaha) para fazer um filme que façam os outros chorarem como eu choro no cinema, e desperte aquela sensação de saudade do que poderia ter sido nos outros também. Quem sabe eu ainda veja aquela galera reunida tocando Guns no violão.

Por enquanto, me conformo com as coisas simples, como abraçar um amigo que já não via a meses. E o caloteiro aqui esqueceu de pagar a Cinthya, que acabou bancando minha entrada no cinema.

Quanto a intenção original do post, de falar da confusão de impressões realçadas ontem. Fica perdido, nunca dito, como a maioria das outras coisas que nunca vou falar. Se um olhar raivoso não me agrada, o de decepção também não me fará bem.

Ao menos não me prendo mais em gatilhos ou bengalas.

onde estão os meus amigos no Orkut ?

TUDO ANTES QUE ACABE...

Mais um fim de semana em que andei em falta com o Johnny. Após prometer a semana inteira em quase 500 kb de e-mails enviados para combinar algum programa, não fizemos nada. Uso fizemos, porque mesmo negligenciando meu amigão, meu fds até que foi bastante agitado.

Começou com uma seção de cinema no sábado à tarde. Assisti a biografia do Hippye argentino, precursor do ativismo fashion. Muitos planos abertos e tradicional pieguísmo do Walter Salles arrastam o filme. Momentos que valem o ingresso: o começo, meio on the road, nos pampas argentinos (iguais aos pampas da minha infância) e a boa atuação do Gael Garcia Bernal.

Com a mesma roupa, teatro na Vergueiro. O Despertar da Primavera, uma espécie de Confissões de Adolescentes do século XVIII. Bom texto, boa direção, alguns atores muito bons misturados com outros simplesmente medíocres. Um deles, talvez o mais fraco, conseguiu me comover bastante, ao ponto de chorar. Mas também, o desespero final de um suicida é sacanagem. Me trouxe lembranças ruins. Os motivos podem parecer bobos, ao menos assim se parecem para que está de fora....

Ainda no Centro Cultural, o último Guia Boca a Boca me indicou o que fazer no dia seguinte, show do Skank no Sesc Interlagos. Gravação do Programa Bem Brasil. Um domingo de sol num lugar lindo, com uma das minhas bandas favoritas tocando ao ar livre... E mesmo assim eu não conseguia me livrar desta melancolia sem motivo que anda me consumindo. A medida que o sol ia caindo, eu caia também... Adorei a música Formato Mínimo, do jeito que o Mauro falou que eu gostaria.

Amei o lugar, é o meu mais novo local favorito aqui em São Paulo. É como viajar para uma região muito distante, gastando apenas duas conduções. Quero voltar lá, e já sei até quando: dia 05/09, pra assistir o show dos LOS HERMANOS!!!!!! Finalmente.

E as férias acabaram, mas não acaba por ai.

Primeiro dia de aula na Metodista, ao contrário da Fatec, já me enturmei com quase toda a turma. Passei pela humilhação gratuita chamada trote. Um ritual adolescente retardado, que faria sentido se eu tivesse entrado na USP. Tinta no cabelo e carregar mochilas até que tudo bem. Pedágio é que acho deplorável. Cerca de 30 pessoas arrecadaram um salário mínimo em 1 hora e meia. Todos colaboram com um bando de boyzinhos pintados, mendigando no farol. Mas nem abrem o vidro para um menino de rua que bata em sua janela. Se recusam a dar uma moeda para um criança com fome, com a desculpa que ela dará para um adulto encher a cara. E o que eles pensam que faríamos com o dinheiro? Infelizmente, eu também era um dos pedintes nos faróis fechados. Arrecadei pouco e ainda levei uma cantada de uma tiazinha com uns 60 anos...

Meus dois maiores medos não se concretizaram. Meu cabelo ainda está intacto e a foto da minha carteirinha não ficou ruim.

Ouvindo: Skank - Formato Mínimo